Sodoma e Gomorra

A trajectória de um meteorito e a sua posterior explosão em 3123 a.C. poderiam explicar a história bíblica da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra por meio de uma chuva de fogo e enxofre, segundo um cientista da Universidade de Bristol.
 
A descoberta ocorreu depois de ter sido decifrada uma tábua de argila do Museu Britânico que tem inscrições cuneiformes e que data de 700 a.C, trabalho realizado por um professor de Aeronáutica da Universidade de Bristol, Mark Hempsell.
 
Em entrevista, Hempsell indicou que o deciframento da mensagem da tábua de argila permite explicar alguns eventos ocorridos na primeira etapa da Idade de Bronze. Nela, um escriba copiou as observações feitas por um astrônomo sumério em 29 de junho de 3123 a.C., entre as quais se encontra a trajectória de um asteróide antes de colidir com a Terra.

Isso não só poderia explicar a história de Sodoma e Gomorra (31° 12′ 0″ N, 35° 30′ 0″ E), mas a trajectória descrita pelo astrônomo há mais de cinco mil anos serve igualmente para responder ao enigma do deslizamento de terras que existe em Köfels (Áustria).

Pode um meteorito destruir Sodoma e Gomorra, no Médio Oriente, provocar um deslizamento de terras de cinco quilómetros na Áustria e se dissipar sem deixar uma cratera?

Mark Hempsell descobriu as respostas após decifrar a argila suméria.

Graças a um software capaz de simular o céu de há milhares de anos, Hempsell e o director da Reaction Engines, Alan Bond, chegaram à conclusão de que o meteorito colidiu com uma montanha antes atingir Köfels. Isto fez com que explodisse e se transformasse numa bola de fogo durante a sua viagem vale abaixo, o que explicaria o deslizamento de terras e o facto de não haver cratera, já que, ao ocorrer a colisão em Köfels, o material do meteorito não era sólido.

A explosão do asteróide originou uma nuvem com gases e materiais em suspensão a temperaturas elevadas que viajou até ao Leste do Mediterrâneo, alcançando Egipto, e que pode ter causado a morte e a destruição de povoações inteiras. O professor afirmou que acredita que os efeitos do meteorito deram lugar à história de Sodoma e Gomorra, na qual Deus destruiu estas cidades pecadoras com fogo e enxofre.

A Bíblia, em Gênesis (Cap. 19, Ver. 24), refere que “O Senhor fez então cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo”, que é, segundo os cientistas, a descrição mais similar a uma tempestade de meteoritos. No entanto, Hempsell  mostrou-se aberto a que outros pesquisadores dêem palpites sobre o assunto e levantem novas hipóteses sobre o que aconteceu com as duas cidades.

A tábua cuneiforme, crucial para estas descobertas e conhecida como “planisfério”, foi encontrada no Real Palacio de Ninawa (Iraque) em meados de século XIX e transformou-se em um objecto de estudo de muitos pesquisadores.